A vida do genial cineasta franco-polonês de origem judaica, Roman Polanski, carrega um estilo um tanto quanto cinematográfico de drama, suspense e terror psicológico. Acontecimentos fatídicos que caberiam em mil vidas, recaíram sobre ele. Como a morte da mãe em uma câmara de gás, durante o regime nazista, a esposa grávida assassinada pela gangue de um dos psicopatas mais famosos da história, Charles Manson, e, por fim, acusações de abuso sexual contra uma garota de 13 anos, em uma festinha na casa do ator Jack Nicholson, na década de 1970.
Todo mundo já viu, ou pelo menos ouviu falar em um dos mais aclamados suspenses de todos os tempos, “O Bebê de Rosemary”, não é mesmo? Então, esse filme é o segundo da trilogia.
Na trilogia, cada história é independente e se passa em cidades de diferentes países. “Repulsa ao Sexo”, lançado em 1965, se passa em um apartamento em Londres, enquanto “O Bebê de Rosemary”, de 1968, é em um luxuoso apartamento em Nova Iorque. Perdendo completamente o luxo e partindo para um prédio onde os moradores têm que dividir um mesmo banheiro, “O Inquilino”, que teve sua estréia em 1977, se passa em Paris e tem como protagonista o próprio Polanski.
A trilogia é especialmente perturbadora, já que todos os protagonistas são pessoas extremamente normais, que repentinamente são acometidos de psicose.
Em “Repulsa ao Sexo”, Carol (Catherine Deneuve) é uma personagem Tímida, delicada, ingênua e bela, Carol é uma manicure que tem horror a aproximação masculina e a tudo relacionado a sexo.
Quando seu pretendente lhe dá um beijo no rosto, Carol recebe com enorme repugnância. A manicure é extremamente dependente da irmã mais velha, com quem mora.
Quando esta viaja com o namorado, Carol passa a ter alucinações e uma série de outros comportamentos psicóticos.
No suspense “O Bebê de Rosemary”, Mia Farrow e John Cassavetes interpretam Rosemary e Guy, um
jovem casal que se muda para um prédio onde os vizinhos são irritantemente amigáveis e simpáticos.
Quando Rosemary engravida e Guy desenvolve uma íntima amizade com os vizinhos, coisas estranhas começam a acontecer.
Rosemary, paranóica, passa a acreditar que o marido e os vizinhos fazem parte de uma seita satânica que prometeu seu filho ao Diabo.
Roman Polanski vive Trelkovsky em “O Inquilino”. Simone Choule, antiga moradora do apartamento para onde Trelkovsky se muda, cometera suicídio.
A implicância e rigidez dos vizinhos, além de uma rotina que parece se moldar ao redor de Trelkovsky para ficar exatamente igual à de Simone, acabam por torná-lo obsessivo e paranóico.
Ele passa a acreditar que os vizinhos fazem parte de um complô que conspira para que ele tenha o mesmo fim de Simone.
A trilogia do apartamento é maravilhosa e obrigatória a qualquer apaixonado por cinema que se preze. Mas não são, nem de longe, as únicas obras geniais do cineasta.
